junho 14, 2007

As Ilhas como Metáfora: O Espelho das Ilhas

«A Ilha será concebida à imagem de uma paisagem mental? É o que Jean Grenir esboça, a partir de 1933, num pequeno livro a redescobrir, Les îles. «Na altura em que descobri Les îles, queria escrever, creio», recorda Albert Camus no seu prefácio. «Mas só me decidi verdadeiramente depois dessa leitura.» Não há razão para ficar surpreso com o impacte tão forte do livro no autor do Mito de Sísifo. Nesse texto a ilha não passa de uma metáfora: «A viagem descrita por Grenier é uma viagem no imaginário e no invisível, uma busca de ilha em ilha, como a que Melville, com outros meios, ilustrou em Mardi. O animal goza e morre, o homem maravilha-se e morre. Onde fica o porto?» Não há porto, provavelmente. Mesmo Ítaca poderia ser uma armadilha para Ulisses. As ilhas são exílio, prisão, éden, matriz, voluptuosidade, laboratório, excesso, iniciação ... Aqueles que as habitam, que as observam, que escrevem sobre elas, reflectem-se em todas essas imagens de insularidade - projectam-se aí. No espelho das ilhas.»

Etiquetas:

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Excelente proposta.

13:04  

Enviar um comentário

<< Home