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Quantas vezes uma linha nos levará em direcção aos lugares mais improváveis, como «os passos da nossa vida guiados também pela combinação de poucas palavras»?
«
Durante muito tempo trouxe na memória uma frase de Chateaubriand: Inutile Phare de la Nuit. Creio que lhe atribuí sempre um poder de desencantado conforto como quando nos apegamos a algo que se revela um inutile phare de la nuit e, contudo, nos permite fazer alguma coisa apenas porque acreditávamos na sua luz: a força das ilusões. Na minha memória esta frase andava associada ao nome de uma ilha longínqua e improvável: Ile de Pico, inutile phare de la nuit.» (
Antonio Tabucchi;
Donna di Porto Pim e Altre Storie; Trad. de Maria Emília Marques Mano; Difel).
O que também pode levar, no fim da viagem, a um poema de Robert Louis Stevenson:
Deixa que a tua alma encontre uma
Âncora neste mundo da matéria. Fundeia aqui o teu corpo -
Que desde já este espectáculo imutável seja
A gravura nos teus olhos; e quando soar a hora
E a verde paisagem escurecer de repente -
Os últimos, os que acompanharem o teu cavalo no sonho
Acompanharão o teu corpo morto.»
(An End of Travel. Stevenson, Robert Louis. Poemas. Trad. de José Agostinho Baptista; Lisboa: Assírio & Alvim, 2006)
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