As Ilhas sem Metáfora
«Quando mais nada tiveres a dizer, conduz/um dia inteiro contornando a península./O céu tão alto como sobre uma pista,/a terra sem marcas que digam se chegamos,//sempre a caminho, mas sempre aquém de avistar terra./Ao sol-pôr, horizontes sorvem mar e colina,/o campo lavrado engole a branca empena/e estás de novo no escuro. Agora relembra//o brillho da areia, um tronco em silhueta,/aquela rocha que esfarrapava as ondas,/aves marinhas com pernas como andas,/ilhas navegando por entre a névoa,//e regressa a casa ainda sem nada p`ra dizer/a não ser que agora lerás qualquer paisagem/assim: a nitidez das coisas em suas formas,/água e terra definidas nos seus extremos.»
The Peninsula; poema de Seamus Heaney (de Door into the Dark, 1969); Trad. de Rui Carvalho Homem; Da Terra à Luz - Poemas 1966-1987; Relógio D`Água Editores: 1997)
Etiquetas: Ilhas, Irlanda, Poesia, Seamus Heaney
2 Comments:
Rui,
Tenho vindo ao teu blogue e lido com atenção os vários textos que publicas sobre as «ilhas». Alguns deles, parecem-me verdadeiras pérolas! Obrigado por essa partilha e parabéns pelo teu trabalho!
Olá João: obrigado. Retribuo os cumprimentos relativamente aos teus blogs. Aparece sempre! Rui
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