Ilhas Aran: Uma Carta (4)
«Não sei se isto é suficiente para uma história de amor, que é como devem ser todas as histórias que geralmente recordamos, nem sei, afinal, se isto basta para que este seja um desses últimos lugares do mundo. Talvez não seja, porque as cidades chamam por nós como uma agonia por quem tem por destino agonizar perdido na noite, mas não te importarás, pelo menos, de não sorrir à ideia de chamar única à finíssima luz do mar agora encostada à baía que se vê do American, na mesma pequena rua onde aquele casal de que te falei na carta anterior (Maíre e o marido) continua a vender recordações aos turistas - T-shirts, mapas, autocolantes, gorros de lã, bandeirolas para pendurar na porta cozinha, pelo lado de dentro. «Aqui ou em outro lugar que repita este, a vida continua a ser possível na recordação, na lembrança de segredos, na partilha de ninharias que se espalham ao acaso, como esta cruz celta antiga, mesmo defronte do bar. Convido-te, por isso, e como te prometi, a esta viagem. No fundo, aguardo a tua carta ou, se quiseres, aguardo-te, porque dificilmente se consegue resistir à falta de companhia. (continua ...) Passagem: Aran Islands; Tweed; American Bar
Etiquetas: Francisco José Viegas, Ilhas, Irlanda, Regiões: Irlanda: Aran Islands
1 Comments:
Estas ilhas todas são efectivamente visitadas ou defectivamente ansiadas? Ou...
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